Mão de Obra Qualificada: Escassez ou Imaturidade das Empresas no Bom Aproveitamento dos Profissionais?
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – em março deste ano foram geradas mais de dois milhões de vagas com Carteira de Trabalho assinada no país, o que permite dizer que há oferta! Atualmente a taxa de desemprego alcançou o índice de 10,9%, representando 11 milhões de desempregados, o que permite dizer que há mão de obra!
Diante destes dados, surgem as seguintes questões:
- Onde estão estas pessoas (pela dispersão geográfica elas podem estar em lugar diferente de onde há demanda)?
- Em que estas pessoas estão qualificadas?
- As empresas que reclamam da falta de mão de obra qualificada realmente tiram o máximo proveito da qualificação de seus funcionários?
Creio que das três questões, a que realmente possui maior importância e que contribui diretamente para o desenvolvimento de nossa economia é a terceira. Existe um direcionamento das pessoas certas para as atividades erradas e das pessoas erradas para as atividades certas.
O primeiro desperdício está ligado ao direcionamento de profissionais talentosos para atividades que não precisariam ser feitas, atividades que não agregam valor ao cliente ou ao negócio. O segundo desperdício, o do direcionamento das pessoas erradas às atividades certas está ligado à alocação de profissionais com qualificações acima ou abaixo das necessárias para as atividades que realmente devem ser feitas. Atividades que poderiam eventualmente ser executadas por um dos 11 milhões de desempregados que temos no mercado e que muitas vezes erroneamente rotulamos de "sem qualificação", mas que na verdade parte deles têm qualificação para outras atividades.
O problema de qualificação de mão obra no mercado existe, não há como negar, mas não podemos nos esquecer que temos também o problema de gestão na alocação da mão de obra qualificada que temos. Se alocarmos as pessoas certas (qualificadas) para as tarefas certas (que exijam sua qualificação) certamente minimizaremos os impactos da falta de mão de obra qualificada no mercado.
A qualidade dos recursos humanos é, indiscutivelmente, uma das principais causas de sucesso ou fracasso de uma empresa. Apesar disso, alguns empreendimentos contratam e selecionam o funcionário pensando no salário mais baixo que irão pagar.
Essa política permite economia no curto prazo, mas implica, em médio prazo, no aumento de custos por causa de baixa produtividade, falta de qualidade, ausências e pequeno tempo de permanência do funcionário. Alguns empresários acreditam que o treinamento e a capacitação dos funcionários é um desperdício, pois quando o empregado sair da empresa o valor investido será perdido. Na verdade, o resultado de um funcionário capacitado compensa o valor investido em sua capacitação mesmo com pouco tempo de produção.
Até uma empresa pequena deve estabelecer um processo de recrutamento, seleção e capacitação dos funcionários com mais cuidado do que geralmente é feito. Ele deve ser focado em encontrar a pessoa mais capacitada para a vaga, conforme o perfil necessário.
Autora: Leticia Domingues, Administradora, Especialista em Gestão de Recursos Humanos, atua há mais de 15 anos na área de RH. Atualmente gerencia a consultoria de RH – RHF Talentos na cidade de Pelotas/RS.
Mão de Obra Qualificada: Escassez ou Imaturidade das Empresas no Bom Aproveitamento dos Profissionais?
Reviewed by Jonas Schell
on
julho 05, 2016
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