Imaginando a vida quando a pandemia acabar


Ah os abraços... Sempre gostei dos abraços, porém nunca tinha pensado que era tanto assim. Hoje saio pelas ruas querendo encontrar pessoas, dar um abraço nelas. Nunca imaginei que um gesto tão simples fosse tão primordial em minha vida. Olhando as pessoas sem máscaras de proteção nas ruas, descubro que as máscaras internas caíram também. As pessoas estão mais alegres e se permitindo sentir. Elas não passam mais apressadas, elas sorriem, cumprimentam-se e, quando sentem reciprocidade, param para um simples abraço, que de simples não tem nada, pois as conecta uma à outra, levando a mensagem de que vai ficar tudo bem. 

Ah os abraços... Ainda no meu passeio sinto a energia das pessoas diferente. Vejo-as sentindo o perfume das flores, contemplando passarinhos, observando do banco da praça o movimento ao seu redor. a praça que hoje está tão cheia... Cheia de risos, cores e alegria e eu assisto a tudo isso como uma mera espectadora que gosta do que vê... E se anima a cada observação.

Parece que a pandemia durou uma geração, e hoje o que vemos nas ruas são outras pessoas, com muito mais esperança, humanidade, alegria e que se importam com pequenos gestos. é maravilhoso esse novo olhar. enfim, vemos em prática o tão sonhado respeito à natureza e ao espaço do outro. Não escuto gritos, soluços ou choros, mas sim canções, risos, conversas animadas intercaladas com abraços. Olha eles aí de novo.

Ah os abraços... Parece pouco, parece simples, parece involuntário, mas não é. O abraço é cheio de empatia, compaixão, amizade e amor, e quantas formas de abraço existem... Tem os abraços apertados (de urso), com tapinhas nas costas, aqueles divertidos com balanço, os abraços eternos (aqueles em que você abraça e até se esquece de que está abraçando e fica assim por um bom tempo), aquele meio sem jeito, o tímido, o abraço do aconchego, de encantamento, de amor... os abraços do bem! 

Ah os abraços... Passeando em um bar pela noite, algo me chamou a atenção: os celulares não são mais a estrela da noite, até porque no abraço faltam braços para bater o retrato. a importância do momento atual é sentir, aproveitar o agora dentro de um abraço e, de repente me dou conta de como o abraço sempre esteve presente em minha vida, mas que foi na sua ausência que entendi o seu poder.

O abraço dos professores, da mãe e do pai na hora de uma febre, depois de um gol, o abraço da despedida, do namorado, de um grande amigo, o abraço no irmão, o abraço da vitória (e da derrota também), o abraço da promoção e aquele depois de uma demissão, o abraço apertado no animal de estimação.

Ah os abraços.... Agora eles voltam com tudo, quem sabe para serem os protagonistas dos nossos dias, que só serão realmente bons quando forem recheados dos maiores abraços. Quer me dar um abraço?

Este post foi criado por Maria Claudia Söndahl Rebellato - Pedagoga, alfabetizadora, autora de materiais didáticos, especialista em felicidade e em psicologia positiva. Pesquisadora, palestrante, escritora e consultora. Proprietária da empresa Espaço Pedagógico @espacopedagogico2019
Imaginando a vida quando a pandemia acabar Imaginando a vida quando a pandemia acabar Reviewed by Jonas Schell on julho 02, 2020 Rating: 5

Um comentário:

  1. Texto atualíssimo com grande sensibilidade, característica de pessoas que vieram ao mundo para iluminar a vida de muitos

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