É muito comum nas organizações atuais a vontade de implantar sistemas nas rotinas de RH, como se elas fossem uma área completamente dissociada da administração de pessoal, muitas vezes denominada de “Área de Pessoal”, responsável pela admissão, pagamento, movimentação e demissão de cada colaborador. Isso se deve normalmente ao fato de não conseguir uma evolução nessa tarefa , que vive exclusivamente para resolver problemas, pois a cada final de período de remuneração novos problemas se acumulam aos já existentes.
Devido a essa constância cíclica, passa-se a ter o entendimento que jamais existirá progresso nem evolução ao ponto de se conseguir implementar novas rotinas. A pressão exercida pela competitividade no “negócio fim” da organização e convictos de que não existe outra solução, os gestores se veem obrigados a criar novas áreas de RH completamente independentes da Administração de Pessoal.
A tomada de decisão não poderia ser outra, pois não há ordem suficiente para que haja progresso. Criam-se então as áreas que recebem a missão de promover uma evolução nos mais variados e antigos anseios ligados ao capital humano da organização. Nesse momento nascem os novos heróis, os quais, armados de ferramentas, poderosas ou não, mas independentes e desconectadas da administração de pessoal, partem para a luta do inatingível.
Para qualquer dos lados que se ande na rosa dos ventos do RH sempre iremos encontrar um exército de problemas vividos pela dissociação das informações mais básicas e preciosas para toda a evolução de quaisquer das atividades a serem desenvolvidas. É de conhecimento de todos que existe somente um canal de comunicação sobre o que ocorre com um colaborador em qualquer organização. Esse canal é o responsável pelo registro e guarda das comunicações a ele enviadas.
Ele é sempre o primeiro a saber de tudo, pois para o colaborador há o entendimento de que, o principal canal de relacionamento deve ser com quem cuida da coisa mais importante para ele que é a sua remuneração, folha de pagamento. Assim sendo, a chamada área de pessoal é sem dúvida nenhuma é a que mais sabe sobre a situação do colaborador. Ela foi a primeira a saber quando ele entrou na organização, soube sempre onde ele esteve, o quanto ganhava, o que fazia e quando saiu. Indubitavelmente isso é necessário para o funcionamento básico de controle de colaboradores e de qualquer outra atividade que ao colaborador esteja ligada.
Sendo essa uma premissa básica, no momento em que criamos áreas independentes para efetuarmos qualquer tarefa que dependa dessas informações, estaremos impondo uma barreira quase intransponível que irá gerar retrabalho, esforço incomensurável e novas frustrações. Por esse motivo não podemos criar áreas totalmente independentes da administração de pessoal da empresa, esses novos setores dependem fundamentalmente das informações nela contida, e que vão muito além da pagadoria.
Artigo publicado no RH Portal, de Luiz Carlos Leite, diretor de Operações da Ação Sistemas.
Muito além da folha de pagamento
Reviewed by Jonas Schell
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outubro 05, 2013
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