Dentre as dúvidas do ser humano durante a vida, uma das mais recorrentes está relacionada à carreira. O questionamento começa já cedo, quando ainda somos jovens e temos que decidir qual profissão seguir. Questões como "e se eu estiver escolhendo a graduação errada? E se eu me arrepender futuramente? Como vou determinar agora o que eu quero ser para o resto da minha vida?". Essas incertezas são frequentes para grande parte dos adolescentes, especialmente em época de vestibular.
Uma das crenças comum a muitos de nós é a de que as decisões que tomamos são imutáveis. Por exemplo: se a Joana optou por cursar Publicidade e Propaganda na faculdade, ela deverá trabalhar o resto de sua vida como publicitária. É comum pensarmos que nossas decisões serão “para sempre”.
Mudar de carreira é um tema tanto polêmico quanto amedrontador. Basta uma rápida pesquisa no buscador Google com essas palavras que uma imensa lista de sites com dicas surge na tela, afinal, não é incomum que pessoas já inseridas no mercado de trabalho não se identifiquem com seus atuais empregos. Toda essa insatisfação não é boa nem para o profissional (que pode vir a desenvolver ansiedade e depressão, segundo pesquisa realizada pela Associação Americana de Sociologia), muito menos para as companhias que tem em seu quadro de funcionários alguém que não consegue se desenvolver plenamente devido à falta de motivação.
O que acontece muitas vezes é que as pessoas se esquecem de que as escolhas que fazemos em termos de carreira não precisam ser eternas e que sempre podemos recomeçar, principalmente quando o assunto é carreira. A Joana não precisa ficar presa à publicidade se ela não se identifica com a profissão. Tenho um amigo que, aos 60 anos de idade, decidiu deixar de lado sua carreira médica e iniciar na vida pública. Eu mesmo comecei minha carreira trabalhando com tecnologia, fiz missões religiosas, participei da fundação de uma companhia aérea e hoje possuo participação em uma franqueadora da área alimentícia, além de ser executivo em uma grande empresa do ramo do agronegócio.
Há quem se considere "velho" para tomar esse tipo de decisão, se esquecendo muitas vezes que, além do aumento da expectativa de vida (e consequentemente do tempo de serviço), as pessoas possuem hoje um amplo leque de possibilidades e oportunidades. Se o acesso à informação permite que ampliemos nossos conhecimentos, por que se restringir a apenas uma área de conhecimento, já que existe o desejo por mudança?
É evidente que precisamos ponderar e analisar a situação antes de realizarmos qualquer mudança em nossa vida, mas é importante lembrarmos que nunca é tarde para redefinirmos a direção da nossa vida, tanto pessoal como profissional. Quando falamos nesse redirecionamento, não existem respostas prontas ou época certa e, desde que os objetivos de vida estejam alinhados com o que você deseja, existe, sim, tempo para mudar. Mudar de opinião é um privilégio dos seres inteligentes.
Artigo de Johannes Castellano - diretor de gestão de pessoas na empresa de agroquímicos Adama. Ele mantém no Youtube e no LinkedIn da companhia a coluna Minuto RH, que traz dicas e orientações sobre carreira e desenvolvimento profissional.
O Medo da Mudança na Vida Profissional
Reviewed by Jonas Schell
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maio 15, 2017
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